Total de visualizações de página

quinta-feira, 18 de março de 2010


esoterismo: voce sabe o que e?







Qualquer revista ou jornal que abrimos, encontramos um espaço destinado ao horóscopo, às previsões e até à magia. Entretanto, em nossa época, todos estes elementos aparecem na superfie dos acontecimentos. Surgem como previsões mágicas ou extraordinárias, todavia o esoterismo fala da vida ordinária, do trivial, do dia-a-dia.Às vezes, nos colocamos a discutir sobre estes elementos, porém nossa conversa se concentra na afirmação ou na negação dos mesmos. Somos tão medíocres que nos damos ao luxo de acreditar ou não, e ainda condenar os que pensam de forma diferente. Ou seja, mantemo-nos na superficialidade de nosso EGO, sem adentrarmos naquilo que o esoterismo tem de mais precioso e quer nos mostrar.Contudo, vemos pulular inúmeros pseudo-terapeutas que tentam usar dos milenares conhecimentos esotéricos como fonte de renda. Infelizmente, estes nada entenderam e nada fazem a não ser transformar a sutileza do divino num comércio bruto e inócuo.Na Grécia antiga irrompem dois modos de conhecimento: o "exo-térico" e o "eso-térico". O saber exotérico tratava da sabedoria trivial, daquilo que pode ser ensinado ao grande público, das coisas que podem ser ditas e discutidas com todas as pessoas, sem necessidade de uma iniciação. Todavia, o conhecimento "esotérico" é o aplicado aos discípulos, àqueles que estavam mais próximo do mestre. Este ensinamento oferecia um certo entendimento do mundo e das coisas, de modo mais profundo e secreto. Os textos do Evangelho têm muitos exemplos de conhecimento esotérico, principalmente quando Jesus utiliza a frase: "Quem tiver ouvidos para ouvir, que ouça." Ou seja, ele não fala para todos, mas somente àqueles que têm os ouvidos afinados, àqueles que estão aptos para ouvir.O esoterismo só pode ser oferecido aos que têm o ouvido atento, aos que ouvindo podem escutar, e escutando conseguem por em prática. Deste modo, muitos até têm contato com as palavras de mestre, mas por estarem na dinâmica do grande público jamais a colocarão em prática. Em Coríntios 13 podemos ver, no texto de Paulo, a dinâmica desta instrução: "Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o sino que retine em vão". Sem esta disposição todo conhecimento formal, toda ciência, toda matemática, para nada serve, ao contrário somente ocupa espaço.Segundo Paulo, existe um acionador para o conhecimento esotérico, somente quem ama tem acesso a este saber. Portanto, não basta ter ouvidos é preciso saber ouvir. Todo empenho do esoterismo está em mostrar aquilo que realmente somos, sem as aparências criadas. Em Jesus todo este saber era exposto a cada fala, em cada momento, porém somente quem tem os ouvidos afinados podem compreender o segredo de sua mensagem.Nas próximas edições estaremos visitando diversos modos do conhecimento esotérico. Assim, poderemos entender um pouquinho mais sobre nossa existência humana na terra e sua relação com o sagrado. Porém, somente quem tiver os ouvidos afinados poderá participar desta discussão.









O que é o Esoterismo?



António de Macedo


O substantivo «esoterismo» é de formação relativamente recente, por comparação com o adjectivo «esotérico», de origem grega, donde deriva.

O adjectivo eksôterikos, -ê, -on («exterior, destinado aos leigos, popular, exotérico») já existia em grego clássico, ao passo que o adjectivo esôterikos, -ê, -on («no interior, na intimidade, esotérico») surgiu na época helenística sob o Império romano. Diversos autores os utilizaram. Veremos dentro em pouco alguns exemplos.

Têm a sua origem, respectivamente, em eisô ou esô (como preposição significa «dentro de», como advérbio significa «dentro»), e eksô (como prep. significa «fora de», como adv. significa «fora»). Destas partículas gramaticais (preposição, advérbio) os gregos derivaram comparativos e superlativos, tal como no caso dos adjectivos. Em regra, o sufixo grego para o comparativo é -teros, e para o superlativo é -tatos. Por exemplo, o adjectivo kouphos, «leve», tem como comparativo kouphoteros, «mais leve», e como superlativo kouphotatos, «levíssimo». Do mesmo modo, do adv./prep. esô obtém-se o comp. esôteros, «mais interior», e o sup. esôtatos, «muito interior, interno, íntimo».

O adjectivo esôterikos deriva, portanto, do comparativo esôteros. Certos autores, porém, talvez mais imaginosos, propõem outra etimologia, baseada no verbo têrô que significa «observar, espiar; guardar, conservar». Assim, esô + têrô significaria qualquer coisa como «espiar por dentro e guardar no interior».

Platão (427-347 a. C.) no seu diálogo Alcibíades (aprox. 390 a. C.) utiliza a expressão ta esô no sentido de «as coisas interiores», e no diálogo Teeteto (aprox. 360 a. C.) utiliza ta eksô com o significado de «as coisas exteriores». Por sua vez Aristóteles (384-322 a. C.) utiliza o adjectivo eksôterikos na sua Ética a Nicómaco (I, 13), cerca do ano 350 a. C., para qualificar o que ele chama os «discursos exotéricos», ou seja, as suas obras de juventude, de fácil acesso a um público mais geral.

O primeiro testemunho do adjectivo esôterikos encontramo-lo em Luciano de Samosata (aprox. 120-180 d. C.) na sua obra satírica O Leilão das Vidas, § 26 (também chamado O Leilão das Escolas Filosóficas), composta cerca do ano 166 d. C.

Mais tarde, os adjectivos eksôterikos e esôterikos passaram a ser aplicados, por engano, aos ensinamentos de Aristóteles por Clemente de Alexandria (aprox. 150-215 d. C.) na sua obra Strômateis, composta cerca do ano 208 d. C.: «As pessoas da escola de Aristóteles diziam que, entre as suas obras, algumas são esotéricas e outras destinadas ao público ou exotéricas» (Strômateis, Livro V, cap. 9, 58). Clemente supunha que Aristóteles era um iniciado, e portanto seriam «esotéricos» os ensinamentos que facultava no seu Liceu a discípulos já instruídos. Na verdade era apenas um ensino oral e Aristóteles qualificava-o como «ensinamento acroamático», que quer dizer «transmitido oralmente», nada tendo de esotérico no sentido iniciático do termo.

O teólogo alexandrino Orígenes (aprox. 185-254 d. C. ), discípulo de Clemente, já usa ambos os adjectivos em conotação com o «oculto», ou melhor, o «iniciático»; contestando as críticas do anti-cristão Celso, diz Orígenes: «Chamar oculta à nossa doutrina é totalmente absurdo. E de resto, que haja certos pontos, nela, para além do exotérico e que portanto não chegam aos ouvidos do vulgo, não é coisa exclusiva do Cristianismo, pois também entre os filósofos era corrente haver umas doutrinas exotéricas, e outras esotéricas. Assim, havia indivíduos que de Pitágoras só sabiam “o que ele disse” por intermédio de terceiros; ao passo que outros eram secretamente iniciados em doutrinas que não deviam chegar a ouvidos profanos e ainda não purificados» (Contra Celsum, Livro I, 7).

O termo «esotérico» começou a ser usado como substantivo a partir de Jâmblico (aprox. 240-330 d. C.), filósofo e místico neoplatónico que se refere aos discípulos da escola pitagórica nos seguintes termos: «Estes, se tivessem sido julgados dignos de participar nos ensinamentos graças ao seu modo de vida e à sua civilidade, após um silêncio de cinco anos, tornavam-se daí em diante esotéricos, eram ouvintes de Pitágoras, usavam vestes de linho e tinham direito a vê-lo» (Vita Pythagorica, cap. 17, 72).

O conceito de «esoterismo» é de criação muito mais recente. Johann Gottfried Herder (1744-1803), que se opôs ao racionalismo Iluminista da sua época, foi o primeiro autor a utilizar a expressão esoterische Wissenschaften («ciências esotéricas»), referenciável no tomo XV das suas Sämtliche Werke, e o substantivo l’ésotérisme surgiu pela primeira vez na obra Histoire critique du gnosticisme et de ses influences (1828), de Jacques Matter. Na sequência, deve-se ao ocultista e cabalista Eliphas Lévi (1810-1875) a vulgarização dos termos «esoterismo» e «ocultismo» (este último na sua acepção moderna e mais lata de corpus de «ciências ocultas», diferente da Occulta Philosophia, ou Magia, de Agrippa, por exemplo). A partir de então o termo adquiriu uma voga crescente, sobretudo depois que Helena P. Blsvatsky, A. P. Sinnett, Annie Besant, C. W. Leadbeater, etc., da corrente teosofista da Sociedade Teosófica popularizaram o conceito, desde o último quartel do século xix e ao longo dos inícios do século xx.

Paralelamente, certos autores começaram a encarar o estudo do esoterismo de um ponto de vista mais académico, não se considerando, eles mesmos, «esotéricos», mas investigadores quer da história quer das ideias de determinadas correntes espirituais, místicas ou ocultas. Entre estes contam-se por exemplo, nos finais do século xix, George R. S. Mead e Arthur Edward Waite, cujos trabalhos, apesar de tudo, ainda se encontram a meio-caminho entre o «discurso esotérico» e a pesquisa universitária. No primeiro quartel do século xx, Max Heindel (1865-1919) estabeleceu a distinção técnica entre «o oculto» e «o místico», e, embora inserido numa específica corrente esotérica, deu forma consistente, nas suas obras, quer à vertente mística quer à vertente oculta do esoterismo. Por sua vez Rudolf Steiner (1861-1925), igualmente inserido numa corrente esotérica bem definida, abordou o esoterismo segundo um duplo enquadramento, ocultista e científico. René Guénon (1886-1951) trabalhou o esoterismo, genericamente, segundo uma perspectiva mais filosófica do que histórico-crítica, tendo o cuidado de distinguir entre o esoterismo cristão, o islâmico e o védico; todavia, o grande impulso para o estudo do esoterismo de um ponto de vista de investigação académica surgiu a partir de 1928, com a tese de Auguste Viatte sobre o Iluminismo, seguindo-se-lhe as pesquisas e os trabalhos de Will-Erich Peuckert sobre a pansofia e o rosacrucianismo, de Lynn Thorndike sobre a história da magia, da Prof.ª Frances A. Yates sobre o Iluminismo rosacruz e o esoterismo renascentista, etc., devendo-se a esta última o principal estímulo para uma pesquisa universitária, rigorosa, incidindo sobre o «território esotérico», o que fez alterar o respectivo panorama investigacional a partir dos anos 60 e 70 do século xx. O prof. Antoine Faivre, mais recentemente, chama a atenção para os estudos de Ernest Lee Tuveson sobre o hermetismo na literatura anglo-saxónica dos séculos xviii e xix, e de Massimo Introvigne sobre os movimentos «mágicos» dos séculos xix e xx, sobretudo pelo facto de proporem abordagens novas, interdisciplinares.

Actualmente, é já bastante vasto o leque de autores que estudam o esoterismo em ambiente de investigação académica, tendo-se tornado consensual a designação de «esoterólogos» para alguns desses investigadores, o que pressupõe uma ciência da Esoterologia que está a ter acolhimento nos curricula de algumas Universidades. Nem todos coincidem, porém, nas suas posições e definições do campo investigacional do «esoterismo», podendo de certo modo, e sem tentar uma conciliação entre os diferentes autores, dizer-se que existem vários «esoterismos».

Por amor à brevidade, limitar-me-ei a salientar alguns esoterólogos contemporâneos cujos trabalhos são de capital relevância para a compreensão do «objecto temático» do esoterismo:

Prof. Antoine Faivre — Director de Estudos da École Pratique des Hautes Études - Section Sciences Religieuses (Sorbonne, França);

Dr. Wouter J. Hanegraaff — Professor de História da Filosofia Hermética e Correntes Relacionadas - Faculdade de Humanidades da Universidade de Amesterdão (Holanda) e orientador de pesquisas sobre História das Correntes Esotéricas - Departamento de Ciência das Religiões da Universidade de Utrecht (Holanda);

Prof. Pierre A. Riffard — Investigador de Metodologia de Esoterismo e professor Catedrático na Université de Novakchott (Mauritânia);

Prof. Massimo Introvigne — Historiador das Correntes Esotéricas Contemporâneas e Director do Centro Studi sulle Nuove Religioni, Turim (Itália);

Prof. Roland Edighoffer — Professor emérito na Université de Paris III (Sorbonne Nouvelle, França);

Prof. José Manuel Anes — Grão-Mestre da GLRP/LP (Maçonaria Regular de Portugal) e professor de História das Correntes Esotéricas no Instituto de Sociologia e Etnologia das Religiões da Universidade Nova de Lisboa (Portugal).

Em termos muito simplificados podemos dizer que duas grandes tendências gerais se perfilam entre estes autores: uma, poder-se-á designá-la por «universalismo pró-esotérico», e outra, por «estruturação histórico-crítica». O prof. Wouter J. Hanegraaff ainda considera uma terceira tendência a que chama «formas de anti-esoterismo», que, por não serem indispensáveis neste breve resumo, me abstenho de considerar aqui.

Na linha do «universalismo pró-esotérico» incluem-se os trabalhos e a actividade universitária de professores como Pierre A. Riffard e José M. Anes, por exemplo. Segundo Riffard, o esoterismo tanto existe no Ocidente como no Oriente, desde a pré-história até aos nossos dias, e tem a ver com o mistério da existência tal como é percebido pelos seres humanos; além disso, Riffard critica certos investigadores académicos que procuram estudar o esoterismo «de fora», como se pudesse existir um «fenómeno cultural esotérico» independentemente do esoterismo em si. Segundo Riffard, a essência do esoterismo é, ela mesma, «esotérica»; na sua monumental obra de perto de 400 páginas, L’ésotérisme, Riffard interroga-se: «Pode alguém ser um esoterólogo sem ser, ao mesmo tempo, um esotérico?» De acordo com este ponto de vista, elabora uma descrição do esoterismo segundo as oito invariáveis que, em sua óptica, o caracterizam:

(1) A impessoalidade do autor; (2) A oposição esotérico/exotérico; (3) A noção de «o subtil» como mediador entre o espírito e a matéria; (4) Analogias e correspondências; (5) A importância dos números; (6) As ciências ocultas; (7) As artes ocultas; (8) A Iniciação.

Uma posição totalmente diferente é assumida pelos profs. Antoine Faivre e Wouter J. Hanegraaff, por exemplo, defensores da linha «histórico-crítica». Segundo Faivre não se deve falar em «esoterismo» mas em «esoterismos», ou melhor, em «correntes esotéricas e místicas», uma vez que ele considera que não há um esoterismo em si, mas apenas correntes, autores, textos, etc. Para que o esoterismo constitua uma especialidade académica reconhecida pela comunidade científica, Antoine Faivre define-o do seguinte modo, de acordo com a Direcção de Estudos da «Section des Sciences Religieuses» (Sorbonne), que ele mesmo integra com outros docentes: um corpus de textos que constituem a expressão dum certo número de correntes espirituais, na história Ocidental moderna e contemporânea, ligadas entre si por um «ar de família», bem como uma «forma de pensamento» que subjaz a essas correntes. Considerado de forma extensiva, esse corpus estende-se da Antiguidade tardia até hoje; considerado de forma limitativa, abarca um período que vai do Renascimento até à época contemporânea.

Isto implica que, ao contrário das teses «universalistas», ficam excluídos do conceito de esoterismo alguns significados que Antoine Faivre enumera de modo a deixar bem claro o que, de acordo com o seu critério, o esoterismo «não é»: (a) Um termo genérico, mais ou menos vago, que serve para os editores e livreiros classificarem colecções de livros ou rotularem prateleiras, e onde cabem o paranormal, as ciências ocultas, as tradições sapienciais exóticas, etc.; (b) Um termo que evoca a ideia de ensinamentos secretos e uma «disciplina do arcano», com diferenciação entre iniciados e profanos; (c) Um termo aplicável a um certo número de processos mais experienciais que racionais, e que se aproxima da ideia de Gnose no sentido universal, propondo-se atingir, mediante certas técnicas experienciais, o «Centro do Ser» (Deus, o Homem, a Natureza, etc.), não se excluindo, desta concepção, uma atitude filosófica que advoga a «unidade transcendente» de todas as religiões e tradições.

Em contrapartida, aquela «forma de pensamento» que Faivre considera como própria do conceito de esoterismo distinguir-se-ia por seis características ou componentes fundamentais, das quais quatro são «intrínsecas», no sentido em que a sua presença simultânea é uma condição necessária e suficiente para que um discurso seja identificado como esotérico, e duas são «secundárias» ou «extrínsecas», e cuja presença pode ou não coexistir ao lado das outras quatro. São elas:

(1) A ideia de correspondência («O que é em cima é como o que é em baixo», segundo a Tábua da Esmeralda ) (2) A Natureza viva (o Cosmos não é apenas complexo, plural, hierarquizado, etc.: é sobretudo uma Grande Entidade Cósmica viva); (3) Imaginação e mediadores (a imaginação é a faculdade superior de penetrar nos códigos que se ocultam nos mediadores, os quais, por sua vez, são os rituais, as imagens do Tarot, as mandalas, etc., etc., símbolos carregados de polissemia cuja decifração cognitiva permite o acesso ao mundus imaginalis definido por Henri Corbin); (4) A experiência da transmutação (percurso espiritual simbolizado alquimicamente por três graus: nigredo, ou obra em negro, morte, decapitação; albedo, ou obra elevada ao branco; e rubedo, ou obra elevada ao vermelho, pedra filosofal); (5) A prática da concordância (prática que visa descobrir os denominadores comuns a duas ou mais tradições aparentemente distintas, na expectativa de que, mediante esse estudo comparativo, se alcance o «filão escondido» que levaria à «Tradição primordial», da qual todas as tradições e/ou religiões concretas seriam apenas os «galhos» visíveis da grande «árvore» perene e oculta); (6) A transmissão (conjunto de «canais de filiação» pelos quais se processa a continuidade de mestre a discípulo, ou de iniciação no interior duma sociedade, no pressuposto de que ninguém se pode iniciar sozinho e que o «segundo nascimento» passa obrigatoriamente por esta disciplina).

Outros autores simplificam a questão considerando que o esoterismo se constituiu no Ocidente como disciplina autónoma, a pouco e pouco, a partir de finais da Idade Média, porque a teologia e a ciência absorveram certos temas que o integravam, eliminando outros que, por serem mais inquietantes ou pertencerem ao imaginário mais perturbador, acabaram, com essa expulsão ou mesmo perseguição, por integrar as correntes esotéricas ocidentais, sobretudo a partir do Renascimento. No Oriente , pelo contrário, a teologia contém os temas esotéricos e por conseguinte o esoterismo não precisa de se constituir como disciplina aparte. Segundo este ponto de vista, pode-se falar em esoterismo associado às varias escolas e tendências que se desenvolveram no Ocidente na linha dos ensinamentos de Marsilio Ficino (1433-1499), de Pico della Mirandola (1463-1494) e de Johannes Reuchlin (1455-1522), esoterismo esse que floresceu, sobretudo, na Europa e nos séculos xvi e xvii. A sua principal característica é a rejeição da linguagem comunicativa como expressão da verdade, e a pretensão de que é nas camadas não-semânticas da linguagem que se oculta a antiga Sabedoria. Em extensão a este conceito, não se pode ignorar a importância do pensamento judaico e dos textos hebreus na Europa, cujo torat hasod (conhecimento esotérico) constituiu um corpo específico de tradições secretas na cultura judaica, no centro do qual, e a partir do século xiii, se encontra a Cabala, que teve uma influência de indiscutível relevo no esoterismo cristão.





Algumas referências:



ANES, José Manuel, Re-Criações Herméticas, Hugin Editores, Lisboa 1996.

ANES, José Manuel, e COSTA, Paula Cristina, «Os Mistérios do Pessoa Oculto», in Portugal Misterioso, Selecções do Reader’s Digest, Lisboa 1998.

ANES, José Manuel, e MENDANHA, Victor, O Esoterismo da Quinta da Regaleira, Hugin Editores, Lisboa 1998.

ANES, José Manuel, «A Reabilitação Científica do Esoterismo», entrevista in LOUÇÃO, Paulo A., A Alma Secreta de Portugal, Ésquilo Edições e Multimédia, Lisboa 2002.

DAN, Joseph, «Christian Kabbalah: From Mysticism to Esotericism», in Western Esotericism and the Science of Religion, eds. Antoine Faivre & Wouter J. Hanegraaff, Peeters, Leuven 1998.

EDIGHOFFER, Roland, «La Rose-Croix: De la fabulation à la “tradition” maçonnique», in Symboles et Mythes dans les mouvements initiatiques et ésotériques (XVIIe-XXe siècles): Filiations et emprunts, obra colectiva, Archè / La Table d’Émeraude, Neuilly-Seine 1999.

FAIVRE, Antoine, Accès de l’ésotérisme occidental, 2 vols., nova ed. revista, Éditions Gallimard, Paris 1996.

FAIVRE, Antoine, «Questions of Terminology proper to the Study of Esoteric Currents in Modern and Contemporary Europe», in Western Esotericism and the Science of Religion, eds. Antoine Faivre & Wouter J. Hanegraaff, Peeters, Leuven 1998.

FAIVRE, Antoine, «Histoire de la notion moderne de Tradition dans ses rapports avec les courants ésotériques», in Symboles et Mythes dans les mouvements initiatiques et ésotériques (XVIIe-XXe siècles): Filiations et emprunts, obra colectiva, Archè / La Table d’Émeraude, Neuilly-Seine 1999.

HANEGRAAFF, Wouter J., New Age Religion and Western Culture: Esotericism in the Mirror of Secular Thought, E.J. Brill, Leiden/New York/Koeln 1996

HANEGRAAFF, Wouter J., «On the Construction of “Esoteric Traditions”», in Western Esotericism and the Science of Religion, eds. Antoine Faivre & Wouter J. Hanegraaff, Peeters, Leuven 1998.

HANEGRAAFF, Wouter J., «La fin de l’ésotérisme? Le mouvement du Nouvel Age et la question du symbolisme religieux», in Symboles et Mythes dans les mouvements initiatiques et ésotériques (XVIIe-XXe siècles): Filiations et emprunts, obra colectiva, Archè / La Table d’Émeraude, Neuilly-Seine 1999.

RIFFARD, Pierre A., L’ésotérisme : Qu’est-ce que l’ésotérisme? Anthologie de l’ésotérisme occidental, Robert Laffont, Paris 1990.

RIFFARD, Pierre A., Dicionário de Esoterismo, Editorial Teorema, Lisboa 1994.

RIFFARD, Pierre A., «The Esoteric Method», in Western Esotericism and the Science of Religion, eds. Antoine Faivre & Wouter J. Hanegraaff, Peeters, Leuven 1998





profeciasjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjj



Encontrei este resumo com as Revelações da "Profecia Celestina", e de
"A 10ª e 11ª Revelação" que achei muito fiel a estes livros (o 1º
existe em filme, recomendo)
Namastê
ElGuê
***************************************************************************­*********************************
A Primeira Revelação: A Massa Crítica
Um novo despertar espiritual está a ter lugar na cultura humana, um
despertar trazido por uma massa crítica de indivíduos que experimentam
as suas vidas como um desdobramento espiritual, uma viagem na qual
somos guiados por coincidências misteriosas.


A Segunda Revelação : O Agora Mais Longo
Este despertar representa a criação de uma visão do mundo mais
completa e nova, que substitui uma preocupação de quinhentos anos com
conforto e sobrevivência. Enquanto esta preocupação tecnológica for um
passo importante, o nosso despertar para as coincidências da vida está
a abrir-nos para o verdadeiro propósito da vida humana neste planeta e
para a verdadeira natureza do nosso universo.


A Terceira Revelação: Uma Questão De Energia
Nós agora experimentamos que não vivemos num universo material, mas
sim num universo de energia dinâmica. Tudo é um campo de energia
sagrada que podemos sentir e intuir. Para além disso, nós humanos
podemos projector a nossa energia, focando a nossa atenção na direcção
desejada… para onde vai a atenção, para onde flui a energia…
influenciando outros sistemas energéticos e aumentando o ritmo de
coincidências nas nossas vidas.


A Quarta Revelação: A Luta Pelo Poder
Demasiado frequentemente, os humanos obliteram-se a si mesmos da
grande fonte de energia e sentem-se fracos e inseguros. Para ganhar
energia, tendemos a manipular ou a forçar os outros a dar-nos atenção
e portanto energia. Quando nós somos bem sucedidos a dominar os outros
desta forma, sentimo-nos mais poderosos, mas eles ficam enfraquecidos
e normalmente retaliam. A competição pela energia humana é a causa de
todo o conflito entre as pessoas.


A Quinta Revelação: A Mensagem Dos Místicos
A insegurança e a violência terminam quando experimentamos novamente
uma ligação interior com a energia divina, uma ligação descrita pelos
místicos de todas as tradições. Uma sensação de leveza – boiar –
juntamente com a sensação constante de amor são medidas desta ligação.
Se estas medidas estiverem presentes, a ligação é verdadeira. Senão, é
apenas fingida.


A Sexta Revelação: Limpando O Passado
Quanto mais ligados nos mantivermos, mais conscientes estaremos desses
tempos em que perdemos a ligação, normalmente em situações de stress.
Nessas alturas, podemos ver a nossa própria forma de roubarmos energia
aos outros. Uma vez que trouxemos as nossas manipulações à nossa
consciência, a nossa ligação torna-se mais constante e podemos
descobrir o nosso caminho de crescimento na vida e a nossa missão
espiritual – a forma pessoal como podemos contribuir para o mundo.


A Sétima Revelação: Entrando No Fluxo
Conhecer a nossa missão pessoal potencializa o fluxo de coincidências
misteriosas à medida que somos guiados para o nosso destino. Primeiro,
temos uma questão, depois sonhos, sonhos acordados e intuições que nos
conduzem a respostas, que normalmente são dados sincronizadamente pela
sabedoria de um outro Ser-Humano.


A Oitava Revelação: A Ética Interpessoal
Podemos aumentar a frequência com que guiamos as coincidências,
animando cada pessoa que entra nas nossas vidas. Deve-se tomar cuidado
para não perdermos a nossa ligação interior nos relacionamentos
amorosos. Animar e apoiar os outros é especialmente eficaz em grupos
em que cada membro pode sentir a energia de todos os outros. Com
crianças, é extremamente importante para a sua segurança e
crescimento. Vendo a beleza em cada rosto, apoiamos os outros com o
seu Eu Superior e aumentamos as probabilidades de ouvir uma mensagem
sincronizada.


A Nona Revelação: A Cultura Emergente
À medida que todos evoluímos para uma maior plenitude das nossas
missões espirituais, os meios tecnológicos de sobrevivência vão ser
totalmente automatizados como concentração humana em vez de
crescimento sincronizado. Tal crescimento vai mover os humanos para
estados energéticos mais altos, transformando por ultimo os nossos
corpos numa forma espiritual e unindo esta dimensão de existência com
a dimensão post-mortem, fechando o ciclo de nascimento e morte.


A Décima Revelação: Retendo A Visão
A Décima Revelação é a compreensão de que ao longo da História, os
Seres Humanos lutaram inconscientemente para implementar esta
espiritualidade vivida na Terra. Cada um de nós vem cá com uma tarefa,
e à medida que tomamos consciência deste entendimento, podemos lembrar
uma visão completa do que pretendíamos atingir com as nossas vidas.
Para além disso, podemos lembrar uma visão do mundo comum de como
vamos todos trabalhar juntos para criar uma nova cultura espiritual.
Sabemos que o nosso desafio é reter esta visão com intenção e oração,
todos os dias.


A Décimo Primeira Revelação: Expandindo Os Campos De Oração
A Oitava Revelação é o método preciso através do qual podemos reter a
visão. Durante séculos, as escrituras religiosas, os poemas e as
filosofias apontaram para o poder latente da mente dentro de todos nós
que ajuda misteriosamente a afectar o que ocorre no futuro. Foi-lhe
chamado poder da fé, pensamento positive e poder da oração. Estamos
agora a levar este poder a sério para podermos chegar a um
entendimento completo do mesmo em termos de consciência pública.
Estamos a descobrir que este poder de oração, que sai de nós e pode
ser expandido e fortalecido especialmente quando nos ligamos a outros
com uma visão comum. Este é o poder através do qual nós retemos a
visão de um mundo espiritual e construímos a energia em nós mesmos e
nos outros para tornarmos esta visão uma realidade.




simbolos



estrela








Estrela de Davi é o nome dado pelo esoterismo a um antigo símbolo hindu - O Murgan - que também se tornou o símbolo do Judaísmo.
Esse símbolo tem suas origens na tradição shivaísta na sul da Índia. Que concebe um Deus com realidade absoluta. Para se compreender esse Deus e seus propósitos tem-se que fazer a ligação com o que está em baixo e em cima através de uma ascensão chamada Kundalini-Shakti ( energia divina), muito difundido em certas vertentes da ioga.
Nessa tradição, a Kindalini-Shakti, o princípio feminino Shakti é imanente de Deus, sua contraparte é Shiva, o aspecto masculino, transcendente. A separação dos dois seria a causa do obscurecimento da consciência. Quando as duas partes são ligadas ocorre uma ascensão que culmina com a compreensão da realidade absoluta.
Acompanhem esse fragmento:

"A cada Deus dou Deusa do panteão chivaísta correspnde um Yatra ou diagrama místico. Para o schivaísmo, o Tantra não é um símbolo da Divindade, mas a própria Divindade, manifestando-se em forma diagramática [...] Shiva, o Princípio Masculino ou Transcendente, é o triângulo que aponta para cima, evocando o Lingam (Pênis) e o Céu. Shakti, o Princípio Feminino ou Imanente, é o triângulo que aponta pra baixo, evocando o Yoni (Vagina) e a Terra." [2].


Fontes:


[1] D'ALVIELLA, Conde Goblet [trad. Hebe Way Ramos; Newton Roberval Eichenberg] A migração dos símbolos. São Paulo: Pensamento, (?).p. 21.
ARANTES. José Tadeu. Do Xamã ao Prêmio Nobel: são todos filhos de Deus.São Paulo: Terceiro Nome, 2005. pp.29-45































site coluna http://www.pindavale.com.br/colunas/?id=8866&cod=22

Nenhum comentário:

Postar um comentário