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terça-feira, 20 de julho de 2010

hinduismo!!!!!






Tendo sua origem remontada ao ano de 1500 a .C., a religião hinduísta foi estabelecida pelos invasores arianos da Índia. Os textos védicos antigos descreviam um universo cercado de água. No período dos arianos, ou árias (homens), a explicação de suas divisões sociais era encontrada nos Vedas: da cabeça do deus primordial saíram os brâmanes (casta social dominante), dos braços saíram os guerreiros, das pernas os produtores e dos pés os servos (não-árias, ou "não-homens"). O mundo, conforme a concepção desta época, foi formado a partir da organização, por força divina, de um caos preexistente.




No sistema religioso hinduísta atual há uma série de ramificações, que geraram crenças e práticas diversas, assim como há muitos deuses e muitas seitas de diversas características. O Hinduísmo tem sua ênfase no que seria o modo correto do viver (dharma). Os cultos hinduístas são realizados tanto em templos e congregações quanto podem ser domésticos.



A cerimônia mais comumente realizada é relativa à oração (puja). A palavra "Om", representa a vibração original, uma vibração que transcende o início, o meio e o fim de todas as coisas, vinculando-se, desta maneira, à imagem da própria divindade. Os códigos sagrados do Hinduísmo são: os Vedas, consistindo em escrituras que incluem canções, hinos, dizeres e ensinamentos; o Smriti, escrituras tradicionais que incluem o Ramayana, o Mahabarata, e o Bhagavadgita. O Hinduísmo é a religião atualmente predominante na Índia (pouco mais de oitenta por cento da população


doutrinas e etc!

Conjunto de princípios, doutrinas e práticas religiosas dominante na Índia, conhecido dos seguidores pelo nome sânscrito Sanatana Dharma, que significa a ordem permanente. Está fundamentado nos Vedas (conhecimento em sânscrito), conjunto de textos sagrados compostos de hinos de louvor e ritos. Suas características principais são o politeísmo e a crença na reencarnação. O hinduísmo é a terceira religião do mundo em número de praticantes e seus preceitos influenciam fortemente a organização da sociedade indiana.


HISTÓRIA E DOUTRINA - A tradição védica nasce com os arianos, povos das estepes da Ásia central, que a levam para a região da Índia em 1500 a.C, ao invadir e conquistar os vales dos rios Indo e Ganges. Baseia-se em uma memória coletiva sobre deuses tribais e cósmicos transmitida oralmente e, posteriormente, registrada em livros sagrados, os Vedas. Esses livros são agrupados em quatro volumes durante o século X a.C e contém as verdades eternas reveladas pelos deuses: a ordem (dharma universal) que rege as coisas e os seres, organizando-os em categorias, as castas ou varnas.







Segundo os Vedas, o ser humano está

renascimento, chamado samsara, pelo

sofrer em infinitas vidas. As

animal, são regidas pelo carma,

renascemos em nossa vida atual foi

espiritual que alcançamos e os atos que

se e Brahman, a verdade suprema,

possível libertando-se do samsara pela

atingindo o estágio conhecido como

conhecimento de si mesmo e do





preso a um ciclo eterno de morte e

qual esta fadado a reencarnar e a

reencarnações, como ser humano ou

preceito segundo o qual a forma como

definida na vida anterior, pelo estágio

nela praticamos. O hindu busca fundir-

espírito que rege o Universo. Isso só é

purificação de seus infinitos carmas,

nirvana, a sabedoria resultante do

universo.

O caminho para o nirvana passa pelas práticas religiosas , pelas orações e pela ioga, mas muitos hindus adotam também dietas vegetarianas e o ascetismo (renúncia aos bens e prazeres materiais) para atingi-lo.

Do século IX ao XIV floresce o tantrismo, corrente que prega o aperfeiçoamento espiritual pelo domínio da mente e do corpo, incluindo hábitos e práticas sexuais. Em reação à expansão do islamismo na Índia, a partir do século VII, e ao domínio britânico, iniciado no século XVIII, surgem várias correntes no hinduísmo.



TEXTOS SAGRADOS - O hinduísmo possui extensa literatura com preceitos relativos à vida cotidiana e à organização social. Os mais antigos, os Vedas ou Conhecimento, reúnem ensinamentos anteriores ao século X a.C. Além desses, são importantes os Purunas (narrativas sobre a tríade divina Brahma, Shiva e Vishnu, as festas e condutas do hindu), o Mahabharata (O grande Combate dos Bharata), poema que trata da luta do bem e do mal, dos cultos a Shiva e Vishnu e as lutas entre as tribos hindus; os Upanishads (aulas dos mestres), o Ramayana (poema sobre o amor de Rama por Sita) e o Código de Manu (normas, regras e práticas sociais hindus).



PRECEITOS NA VIDA SOCIAL - O hinduísmo distingue quatro metas na vida humana: kama (prazer físico), artha (prosperidade), dharma (condutas e deveres morais definidos pela casta do individuo e pelo dharma universal) e moksha (iluminação). As quatro metas têm relação com quatro etapas da vida ou ashramas, do nascimenmto à morte: na infância, estudar os Vedas e preparar-se para a vida; depois, casar-se e constituir família; aposentar-se do trabalho e desligar-se das posses materiais; e, na velhice, concentrar-se na busca religiosa.



Essa metas e etapas têm, por sua vez, matizes definidos para os indivíduos segundo as quatro castas (varnas) às quais podem pertencer. A dos brâmanes, os sacerdotes, é a mais elevada. Seguem-na a dos guerreiros; a dos lavradores, comerciantes e artesãos; e, finalmente a dos sudras, servos e escravos. Um quinto grupo, o dos párias, não é considerado casta por terem seus membros desobedecido, no passado, às leis religiosas. Tradicionalmente, os párias não podiam viver nas cidades, ler os livros sagrados ou se banhar no rio Ganges.



DIVINDADES - Há centenas de deuses e deusas hindus. Todos são parte de Brahman, a essência universal. Três deles se destacam e compõem uma triade, a Trimurti:



Brahma, o princípio criador, Shiva, o princípio destruidor e libertador, e Vishnu, o princípio protetor e preservador. Sempre que o mundo está sob ameaça do mal, Vishnu aparece para protegê-lo através de uma de suas dez reencarnações ou avatares. São eles, pela ordem, Matsya (o peixe), Kurma (tartaruga), varaha (javali), Narasimha (homem-leão), Vamana (anão), Parashurama (homem com machado), Rama (princípe herói), Krishna (herói que matou o demônio Kamsa) e Buda. O décimo avatar, Kalki, ainda não surgiu na Terra e virá para extirpar todo o mal e iniciar uma era do bem.



RITUAIS E COMEMORAÇÕES - O hindu costuma manter em casa um altar de devoção a seu deus, no qual queima incenso, coloca flores, velas e oferendas. Também freqüenta os templos que estão entre os de arquitetura mais exuberante do mundo. Cada altar possui sempre a estátua de seu deus, e nos templos as imagens são diariamente despertadas pela manhã, lavadas, vestidas e enfeitadas com flores pelos sacerdotes. Diante do altar, os hindus recitam mantras, fórmulas sagradas escritas nos Vedas que podem aproximá-los dos deuses. Peregrinar para visitar os templos e lugares sagrados são práticas habituais. Algumas das celebrações hindus são o Festival das Luzes, comemorado em todo o país no outono com o acender de velas, o Festival das Nove Noites para a deusa Durga, em setembro ou outubro, o Festival da deusa Shiva, em março, e o Festival de Krishna, em agosto










deuses hindu!

Um dos grandes feitos do Hinduísmo está na fusão de cultos e deuses em uma vasta mitologia. Há uma infinidade incontável de divindades que com o passar dos tempos as características desses deuses se fundiam para formar uma única divindade. É maravilhoso perceber a unidade de todas as mitologias. Dentro do hinduísmo vemos uma série de princípios cósmicos e psicológicos inerentes a todas as religiões.


A imagem dos deuses representava as suas características, os diversos braços que uma divindade apresentava significava extensões de sua energia íntima, e os objetos em suas mãos os símbolos dos seus vários poderes na ordem cósmica.

Em seguida, estão relacionados alguns dos Deuses Hindus, com suas esposas, seus avataras, seus companheiros e principais características:




    PRESTEM BEM ATENÇÃO!!!






Brahma, O Deus Criador considerado outrora o maior dos deuses porque colocava o universo em movimento, decresceu de importância com a ascensão de Shiva e Vishnu. Aparece de manto branco montando um ganso. Possui quatro cabeças das quais nasceram os Vedas, que ele leva nas mãos junto com um cetro e vários outros símbolos. É o Pai Celestial, criador dos céus e da terra.



Shiva, O destruidor. Um dos dois deuses mais poderosos do hinduísmo. Apresenta-se de várias formas: o extremado asceta, o matador de demônios envolvido por serpentes e com uma coroa de crânios na cabeça, o senhor da criação a dançar num círculo de fogo ou o símbolo masculino da fertilidade. Mais que os outros deuses é uma mistura de cultos, mitos e deuses que vêem desde a pré-história da Índia. É a representação do Espírito Santo no hinduísmo.



Parvati (ou Mahadevi) , esposa de Shiva, era a filha das montanhas do Himalaia e irmã do rio Ganges. Com amor, afastou Shiva de seu ascetismo. Representa a unidade de deus e deusa, do homem e da mulher. É nossa Divina Mãe Kundalini, amorosa senhora que é desdobramento do Divino Espírito Santo dentro de nós.



Uma, é a deusa dourada, que como uma forma de Parvati reflete manifestações mais brandas de seu marido Shiva. Serve ás vezes de mediadora nos conflitos entre Brahma e os outros deuses. É a Mãe Cósmica, toda luminosa, e que tem como manto o céu estrelado.



Durga, que é outra forma de Parvati como uma deusa feroz de dez braços, nasceu já adulta das bocas flamejantes de Brahma, Shiva e Vishnu. Montada num tigre, usa as armas dos deuses para combater os demônios. É nossa Divina Mãe Interior, responsável pela Morte do Ego em nosso interior.

Kali, é Parvati transformada na mais terrível deusa do hinduísmo, com uma sede insaciável por sacrifícios sangrentos. Aparece em geral manchada de sangue, vestida de cobras e com um colar de crânios de seus filhos. Representa outro aspecto da nossa Divina Mãe Interior, aquela que destrói poderosamente o Ego nos mundos infernais, quando nós não nos interessamos pelo trabalho consciente da morte do Ego. Se não destruimos o Ego conscientemente, a Natureza Infernal o destruirá violentamente. Isso tudo por amor a nós. Essa destruição se efetua nos infernos atômicos da natureza. Essa é a famosa Segunda Morte, escrita no Apocalipse de São João.



Nandi, o touro sagrado para o povo do Indostão como um símbolo de fertilidade. Foi absorvido no hinduísmo como o companheiro constante de Shiva , de quem é montada, camarista e músico. Shiva usa na testa o emblema de Nandi, a lua crescente. Uma das representações das energias sexuais transmutadas, que nosso Divino Espírito Santo (Shiva) utiliza para a redenção da Alma.



Kartiqueia (ou Scanda), substituiu o deus védico Indra como principal deus hindu das batalhas. Filho de Shiva e, em alguns mitos, gerado sem mãe, só se interessa por lutas e guerras. Com seis cabeças e doze braços, comanda as suas legiões celestiais do dorso de um pavão colorido. Representa a Alma Humana, que deve guerrear as forças tenebrosas de nossos inimigos internos, ou Ego. É a Vontade (Thelema), necessária para a Vitória.



Ganesh, filho de Shiva , com cabeça de elefante, é talvez o deus mais popular. Sábio, ponderado e bem versado nas escrituras, é invocado pelos crentes antes de qualquer empreendimento para assegurar seu êxito. É a Sabedoria divina que a todos guia e dá liberdade, prosperidade e triunfo.



Vishnu, o conservador. É para muitos hindus o deus universal. Traz em geral quatro símbolos: um disco, um búzio, uma maçã e uma flor de lótus. Sempre que a humanidade precisa de ajuda, esse deus benévolo aparece na Terra como um avatara ou reencarnação. É o equivalente hindu do Cristo Cósmico e do Osíris egípcio.



Matsia, o peixe de chifres que representa a intercessão de Vishnu num tempo de dilúvio universal. O peixe avisou Manu (que é o Noé hindu) e salvou-o num barco preso ao seu chifre. O peixe representa a energia inteior, sexual, transmutada.



Curma, a tartaruga. O segundo avatar de Vishnu que apareceu na Terra depois do dilúvio para recuperar tesouros. Na Alquimia medieval, representa o Antimônio, o fixador do ouro em nosso interior. É nosso Ser Interior, todo sabedoria, que, como uma tartaruga, dá um passo após o outro, para a realização da Grande Obra.



Varaa, o Javali. Originalmente o porco sagrado de um culto primitivo que tornou-se um avatar de Vishnu depois de um segundo dilúvio. Cavando sob a água com as presas, fez subir a terra e reestabeleceu a terra firme. Representa a força do elemento Terra. É a força elemental que se necessita para a Grande Obra Alquímica. É a energia que transforma o chumbo em ouro.



Narasima, O leão-homem foi avatar de Vishnu. Brahma, tinha dado invulnerabilidade a um demônio durante o dia e durante a noite. O avatar matou o demônio ao crespúsculo. Representa também a Execução, mais cedo ou mais tarde, da Lei.



Vamana, o anão, outro avatar, que se tornou um gigante para frustrar um demônio que procurava controlar o universo. Tendo permissão para conservar tudo o que pudesse cobrir com três passos, Vamana abrangeu o céu, a terra e o ar intermediário.



Parasurama, foi Vishnu como filho de um brâmane roubado por um rei Kshatryia. Parasurama matou o rei, cujos os filhos por sua vez mataram o Brâmane, então Parasurama matou todos os Kshatryias masculinos durante 21 gerações. Ele representa a Justiça Divina, liderada pelo Mestre Anúbis e seus 42 Juízes do Karma (42 é o dobro de 21). O Karma, quando entre em ação, é terrível e invencível.



Rama, O herói da epopéia literário-religiosa "O Ramaiana", foi Vishnu como um avatar que venceu Ravana, o mais terrível demônio do mundo. Rama representa o hindu ideal: um marido gentil, um rei bondoso e um chefe corajoso contra a opressão. O símbolo do grande mestre Rama (ou Ram, como foi conhecido nos períodos pós-dilúvio atlante) é a estrela de 6 pontas, ou hexagrama. Segundo o doutor Jorge Adoum, grande mestre da Fraternidade Universal, foi o grande líder Ram quem expulsou os negros africanos da Índia, nos primórdios da Segunda Sub-raça Ariana. Isso, obviamente, é totalmente desconhecido pela historiografia acadêmica.



Krishna, o avatar mais importante de Vishnu, foi um deus-herói amado em muitos de seus aspectos: como um menino travesso, como um adolescente amoroso, como um herói adulto que proferiu as grandes lições do "Bhagavad Gita" . Esses aspectos de Krishna tiveram origens diferentes. Krishna foi o avatar da Era de Áries, divulgando a poderosa doutrina dos Grandes Avataras do Cristo Cósmico.



Buda, como uma encarnação de Vishnu, é um exemplo da capacidade que tem o hinduísmo de absorver elementos religiosos diferentes. Dizem os hindus que o avatar Buda apareceu fundamentalmente para ensinar o mundo a ter compaixão pelos animais. Na verdade, esse grande mestre de compaixão canalizou as energias dos mundos Nirvânicos para o bem da humanidade. Sidarta Gautama (personalidade humana do grande Deus Cósmico, o Buda Amithaba) teve de se encarnar mais algumas vezes na Terra para terminar de cumprir sua missão. Sua encarnação seguinte foi como o mestre Tsong Kapa, o grande reformador do budismo tibetano. O mestre Samael afirma que esse mestre ascenso está, desde o século 17, reencarnado no planeta Marte, cumprindo uma missão cósmica semelhante à missão de Jesus na Terra.



Lakshmi, mulher de Vishnu, muitas vezes representada sentada numa flor de Lótus e empunhando outra, representa a boa sorte, a prosperidade e a abundância. Seus companheiros são dois elefantes. Sendo por si mesma uma importante deusa. O mestre Samael afirma, na obra O Matrimônio Perfeito, que Lakshmi, como mestre da Grande Fraternidade Branca, auxilia o devoto a sair conscientemente em corpo astral.



Sita, mulher de Rama que é um avatar de Vishnu. Ela é uma encarnação de Lakshmi. Representa a esposa hindu ideal. Foi raptada pelo demônio Ravana e levada para a morada deste, mas permaneceu devotada ao marido. Representa a virtude da Fidelidade ao trabalho gnóstico. Não esmorecer nunca.



Hanuman, o rei dos macacos que emprestou sua agilidade, a sua velocidade e a sua força a Rama para ajudar a salvar Sita de Ravana. Pediu em troca que pudesse viver enquanto os homens se lembrassem de Rama. Assim Hanuman tornou-se imortal. Simbolicamente, o macaco é a Ciência Superior, a Lógica Superior, que possibilita "medir o mundo", medir a Grande Obra, e saber o quanto se gastará para se realizar o Trabalho Alquímico.



Garuda, a montada de Vishnu, é uma ave mítica de cara branca, de cabeça e asas de águia e corpo e membros de homem. Transportando o deus no seu cintilante dorso dourado, era ás vezes confundida com o deus do fogo, Ágni

      ____________________ MEDITAÇÃO _______________________________
Meditação, aliada de toda hora




Meditar é uma estratégia de sobrevivência nestes tempos que exigem clareza de pensamentos e emoções. Pela simplicidade e eficiência, essa prática vem ganhando milhares de adeptos, que conseguem manter o equilíbrio mesmo em meio a muita instabilidade. Veja o que dizem mestres e praticantes e não hesite: agora é sua vez!



Encontrar uma posição confortável, silenciar, prestar atenção na respiração e observar, com calma, o que se passa dentro de você. Para meditar não é preciso mais que isso. Essa prática começa e termina em seu interior, seja nos picos nevados do Himalaia, seja no engarrafamento da avenida Paulista.



É essa combinação de simplicidade e eficiência que tem levado milhões de pessoas a encontrar na meditação a saída para uma vida mais equilibrada e feliz.



Ordem no caos

Em um mundo tecnológico e acelerado como o nosso, meditar, para muita gente, virou um instrumento poderoso e acessível para driblar o estresse e as tensões. É o caso da artista plástica Paula Gama, 32 anos, que medita há 12. “O estado de relaxamento que alcanço meditando permite que eu fique bem-disposta o dia todo. Quando sinto que estou perdendo pique ou começando a me irritar com alguma situação, paro o que estou fazendo, onde estiver, confiro dentro de mim o que realmente estou sentindo, respiro várias vezes e me refaço”, revela.



Para Paula, meditar trouxe ainda um benefício adicional: a regularidade da prática a livrou de uma alergia crônica, que resistia a vários tratamentos. “Era de fundo emocional e relacionada a estresse. A meditação ajudou e ajuda a regular minhas emoções e minha saúde. Troquei os medicamentos por esse método fisiológico e sem efeitos colaterais”, comemora.



Antidepressivo natural

Se, durante muitos anos, a meditação teve ares de prática restrita a quem desejava se isolar do mundo para alcançar a iluminação ou se reencontrar com Deus, sua disseminação recente a tingiu de novas aplicações e funções. Em muitos países, inclusive no Brasil, é usada em escolas, hospitais e até prisões. “A meditação melhora a memória, a atenção, a agilidade motora e reduz o estresse. No Hospital São Paulo, a adotamos rotineiramente para tratar pacientes com ansiedade e depressão. Os resultados são muito bons”, afirma o psicólogo José Roberto Leite, chefe da Unidade de Medicina Comportamental da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), à qual o hospital é ligado.



Descobertas interiores

Isso não quer dizer que a meditação não seja uma alternativa para quem tem motivação espiritual ou religiosa. Todas as religiões do mundo, do cristianismo ao islamismo, têm práticas meditativas que deram origem às técnicas ensinadas atualmente. “A meditação é um processo de descoberta dos recursos interiores. Em seus níveis mais profundos, pode revelar a essência divina que cada um possui e que é fonte inesgotável de poder, força, paz e conhecimento”, observa o professor de meditação swami Nirmalatmananda, diretor da Ordem Ramakrishna (ordem hindu), em São Paulo.



O principal atrativo, no entanto, para um grande número de adeptos ocidentais da meditação é o autoconhecimento, a possibilidade de se relacionar de forma mais harmoniosa consigo mesmo, com outras pessoas e situações. “Ninguém ensinou como melhorar nossa atenção, o impacto das emoções em nossa vida, o que fazer para acalmar corpo, coração e mente, como integrar nossas energias. Não fomos alfabetizados sobre nós mesmos. Com a meditação, temos a oportunidade de contatar e compreender nosso mundo interior, de criar um eixo”, descreve Lia Diskin, coordenadora da Associação Palas Athena Centro de Estudos Filosóficos, que promove cursos de meditação.



Construa seu eixo

Para acessar e consolidar esse eixo interior, basta pouco tempo diário. Cerca de 15 minutos, duas vezes por dia, são suficientes para iniciar mudanças na vida dos praticantes. Para quem tem disponibilidade para meditar mais, melhor ainda, de preferência duas vezes por dia. “A meditação transforma: as pessoas ficam mais tranqüilas, mais fortes e libertam-se de emoções destrutivas (como medo, raiva, preocupação) e passam a agir com a atenção focada no presente”, resume swami Nirmalatmananda.



O tempo que esses efeitos levam para ocorrer varia de pessoa a pessoa e tem pouco a ver com a duração da seção. O que conta, dizem os especialistas, é a firmeza de propósito, a disciplina e a constância. “Meditar é como um exercício físico. É melhor fazer 15 minutos todos os dias do que duas horas no fim de semana”, orienta Walter Morita, professor de meditação do Centro Shambhala Brasil de Meditação e Estudos Budistas.



Encontre um oásis no olho do furacão

O objetivo da meditação não é esquecer os problemas, fugir do mundo, se trancar no quarto para se proteger da realidade e criar uma ilha de paz. O ritual que as várias escolas de meditação usam, como sentar com a coluna alinhada, prestar atenção na respiração ou repetir mantras – sons circulares sagrados —, é importante porque ajuda você a se disciplinar e sua mente a se concentrar.



Porém a meditação não se restringe a isso. A idéia é aplicá-la no dia-a-dia, usá-la para ficar alerta, bem-disposto e lidar melhor com os desafios. É manter um centro de paz e equilíbrio no olho do furacão. “Meditar é como encontrar um oásis no deserto. Bebo dessa fonte e me renovo, não para ficar parada ali o resto da vida, mas para seguir adiante. A meditação ideal deve durar 24 horas”, afirma a monja Coen, fundadora da comunidade zen-budista Zendo Brasil.



Segundo ela, o segredo, quando surgirem estresse ou irritação, é prestar atenção na respiração e no corpo e se manter presente no que está fazendo – atender ao telefone, levar o cachorro para passear ou ir ao supermercado... “Isso pode ser feito no trânsito, ao caminhar, em qualquer lugar. É uma questão de exercitar a atenção. Se for beber água, sinta a textura do copo, ouça o som da água, sinta o sabor e a temperatura em sua boca. Isso não dura mais que quatro segundos. E é pura meditação”, ensina.



Para limpar sua mente

Há muitas técnicas que conduzem a mente à tranqüilidade. Elas podem ser divididas em quatro grupos com diferentes focos.



• Foco em objeto, imagem ou som. Há as práticas hinduístas e budistas que utilizam como foco sons (mantras), cores ou formas geométricas. Os praticantes focalizam um ponto e fazem com que pensamentos e emoções se direcionem a ele.



• Foco no corpo. É o caso das técnicas que se concentram na respiração, nas batidas do coração ou na pulsação do corpo. Por exemplo, no zazen, do budismo japonês, os praticantes focalizam a atenção na entrada e na saída do ar. No tantrismo, prática hinduísta, se concentram nas pulsações e, no taoísmo, baseado na filosofia chinesa, no batimento cardíaco.



• Foco na reflexão. Os praticantes meditam a respeito de determinadas qualidades, como perdão, compaixão e amor incondicional.



• Foco na devoção ou na fé. O foco da meditação são divindades, o próprio Deus, orações ou textos sagrados. Exemplo: meditação cristã e bhakti-ioga.



Um passo-a-passo para começar já

O primeiro passo para quem deseja começar a meditar é ter a motivação para se tornar uma pessoa melhor. O segundo, estar disposto a manter o mínimo de disciplina para não deixar outras coisas interferirem nesse propósito. O terceiro é criar referências que ajudem a recuperar o eixo durante o dia. A receita é de Lia Diskin, coordenadora da Associação Palas Athena Centro de Estudos Filosóficos, de São Paulo. “Deixe para si mesmo pequenos lembretes que o ajudem, durante o turbilhão do dia, a retornar a seu centro, como uma frase inspiradora na agenda. Por exemplo, o líder espiritual hindu Mahatma Gandhi grudava frases e pensamentos edificantes no espelho do banheiro. Eles funcionam como monolitos em sua paisagem interna”, ensina Diskin.



Veja abaixo outras recomendações – muito práticas – de Walter Morita, professor de meditação budista, e de swami Nirmalatmananda, diretor da Ordem Ramakrishna, para quem deseja meditar.



Escolha um horário que não atrapalhe seu cotidiano nem sirva de desculpa para não meditar. As melhores opções são antes do nascer e do pôr-do-sol, porque nesse momento as energias são mais tranqüilas e favorecem o trabalho interior. Se não forem viáveis, escolha outra hora. O importante é manter a regularidade.



Reserve um espaço apenas para meditar, nem que seja um pequeno canto. Crie um ambiente inspirador, que o motive a retornar para meditar. Se desejar, monte um pequeno altar com imagens de divindades ou símbolos significativos, flores frescas, incenso, o que agradar. Esse é o espaço de seu encontro consigo mesmo.



Se possível, tome um banho e vista uma roupa limpa. Separe uma roupa apenas para praticar meditação. Evite o pijama porque ele sugere sono.



Faça alguns alongamentos antes de sentar-se com a coluna, a cabeça e o pescoço alinhados. Apóie as mãos sobre as coxas. Sinta-se confortável na posição. Use uma almofada firme, que dê a sensação de estabilidade – cadeira, poltrona, o que quiser, mas evite meditar na cama.

Mantenha os olhos fechados ou semi-abertos. Se sentir sono, abra-os. A meditação é para despertar, não para dormir.



Preste atenção na respiração. Sinta o ar entrando e saindo pelas narinas, o trajeto dentro de você, a temperatura. Apenas observe, sem alterar o ritmo. Quando pensamentos vierem à mente, volte a se concentrar na respiração. Você pode imaginar que, ao inspirar, a pureza entra em seu corpo e, ao expirar, as tensões são liberadas.



Faça isso por 15 minutos ou até sentir que a mente se aquietou. Aumente o tempo gradualmente.



Encerre com um agradecimento ou uma oração pela saúde de todos os seres humanos e da natureza. Mexa braços e pernas devagar e volte para sua rotina.



A saúde agradece

Meditar não é bom apenas para a mente – ela também melhora a saúde. É o que demonstram mais de mil estudos sobre essa prática milenar realizados em alguns dos mais expressivos centros de pesquisa científica do mundo, como o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), a Universidade de Harvard e a Universidade da Califórnia. Eles comprovam que meditar...



• Reduz o risco de infarto e derrame cerebral.



• Reforça o sistema imunológico.



• Reduz ainda emoções destrutivas, como medo e raiva.



• Aumenta a produção de hormônios calmantes e reduz o nível de cortisol, o hormônio do estresse.



• Alivia a insônia.



• Melhora a percepção e a memória.



Oito presentes da meditação

“Somos como uma princesa que se perdeu na floresta e não conseguiu retornar ao palácio. Ela ficou na companhia de animais selvagens, aprendeu a linguagem deles e se esqueceu de quem era. Foi o que aconteceu com todos nós.” Essa é a imagem que o iogue BK Nirwair, secretário-geral da Universidade Espiritual Mundial Brahma Kumaris, utiliza para ilustrar o alcance da meditação. O mestre indiano acredita que um dos principais méritos dessa técnica milenar é ajudar a reencontrar o eu verdadeiro – a parte nobre que existe em cada um e que abriga os pensamentos, sentimentos e ideais mais elevados.



Outro grande benefício da meditação, aponta ele, é reativar o contato do praticante com o Universo, com o Cosmo ou com Deus, como ele prefere designar, e ajudá-lo a extrair desse relacionamento a matéria-prima para se transformar. “Usamos a mente e os pensamentos positivos para elevar nossa consciência e melhorar a qualidade das emoções e dos padrões de pensamento. Ficamos mais pacíficos e adquirimos o autocontrole para lidar melhor com a complexidade do mundo”, explica o mestre Nirwair, que esteve aqui participando da comemoração dos 25 anos de atividades da Brahma Kumaris no Brasil.









A meditação ensinada pela organização (que não tem fins lucrativos e é sediada na Índia) é baseada na raja- ioga e não inclui posturas físicas nem exercícios respiratórios. Os praticantes sentam com a coluna alinhada e voltam a atenção para seu mundo interior. Em seguida, criam pensamentos positivos baseados em atributos como amor, felicidade e paz. O objetivo é transpor essas qualidades para o dia-a-dia. “Quando adquirimos uma consciência mais elevada sobre nós mesmos, ganhamos força interior”, ensina Nirwair.



Pela ótica da Brahma Kumaris, a prática regular da meditação promove o desenvolvimento de oito atitudes ou poderes principais:









Poder de introspecção – Revela a beleza interior e ajuda a desenvolver a auto-estima.



Poder de tolerância – Aumenta a capacidade de manter o equilíbrio diante de desafios externos e internos.



Poder de ajustamento – Aumenta a flexibilidade, a capacidade de lidar com mudanças e com as diferenças entre as pessoas.



Poder de discernir – Expande a capacidade de fazer escolhas afinadas com os valores e princípios internos.



Poder de decidir – Agiliza as escolhas e facilita assumir a responsabilidade pelos resultados



Poder de enfrentar – Ajuda a lidar com os desafios sem fugir ou protelar.



Poder de cooperar – É a capacidade de apreciar o valor único de cada pessoa.



Poder de empacotar – É a capacidade de se libertar do passado, deixar de lado o fardo das mágoas e ressentimentos, abrir-se para o presente e recriar o futuro.

 
 
 
A salvação no hinduísmo




por Ernesto Arosio



mbora nos últimos anos, as religiões, especialmente as recém-fundadas, estejam assumindo um valor salvífico mais material “do aqui e do agora”, a essência das religiões foi – e ainda é – a resposta essencial à vida e ao depois da morte. No homem, encerram-se medos e esperanças, alienações e liberdade, solidão e amor, superações e contradições. Pode-se negar o além, mas, no âmago da consciência humana, existirá sempre o anseio de saber se existe algo depois da vida.





Vedas, os seculares livros sagrados do hinduísmo





As respostas aos enigmas da vida e do além tornam-se a finalidade das religiões e, conforme o tipo de salvação admitida, organiza-se a prática religiosa na vida terrena do fiel. As religiões oferecem os meios, os caminhos, os guias e os mediadores para se conseguir o status final. A salvação depois da morte pode ser entendida como uma libertação pessoal da vida terrena, de uma situação existencial provisória e passageira, ponto de chegada definitiva, como acontece no islã, no judaísmo e no cristianismo.



Pode ser considerada, como a liberação da história ou da existência individual, para se perder na divindade, como no hinduismo, no budismo, nas religiões orientais ou cósmicas. De qualquer maneira, percebe-se a busca incessante de felicidade que pode consistir na existência eterna, na anulação total ou no perder-se individualmente na divindade.



Salvação como libertação da angústia



O hinduísmo atual é a religião da salvação individual e do perder-se na divindade, embora em sua origem, a salvação fosse um pouco diferente. Nos Vedas, os seculares livros sagrados do hinduísmo, encontra-se o desejo de continuação da vida humana na morada dos deuses, onde os virtuosos e os justos gozariam da imortalidade num reino de luz, enquanto os malvados sofreriam os tomentos do inferno. Sucessivamente, foram se infiltrando os conceitos dos ciclos e épocas cósmicas que modificaram totalmente o conceito primitivo.



O célebre mito da Bramavaivarta Puruna relata Vishnu mostrando a Indra, o rei dos deuses, uma miríade de formigas que são as reencarnações que sofreu e sofre o mesmo Indra, ao longo dos ciclos cósmicos. “Quem contará o número dos universos, tendo cada qual seus Vishnu e Brahma?... os universos nascem e desaparecem indefinitivamente... os universos flutuam nas águas puras e sem fundo que forma o corpo de Vishnu”.



Neste turbilhão de nascimentos e renascimentos cósmicos, surge a idéia da transmigração das existências dos corpos em outros, através dos tempos cíclicos. Os seres humanos e divinos reencarnam-se numa seqüência de vidas (Samsara), dentro da lei inexorável do karma, que amarra, indissoluvelmente, todo o peso dos atos realizados nas vidas anteriores e o transmite às vidas posteriores, até seu desaparecimento na divindade como forma de purificação.




O ciclo dos milênios



Atualmente, estaríamos na idade de Kali-Kaliyuga que, por sua vez, foi precedida por três ciclos de yuga (idade): o Dvaparayuga, o Tretayuga e o Kritayuga, épocas felizes da humanidade. Essas quatro idades ou yugas formarão a grande idade de 4.321 milhões de anos, ao término da qual, Brahma, o criador, descansará, provocando uma dissolução cósmica. Ao seu despertar, o processo recomeçará e assim até o infinito.





Montados no touro, a deusa Parvati e o deus Shiva

Nesses ciclos de nascimentos e renascimentos cósmicos que acontecem de um corpo ao outro, concentra-se a angústia dos hindus e o desejo de fugir desses ciclos que, praticamente, fundamentam a vida religiosa seja dos eruditos mestres, dos gurus como do povo. A aspiração de se livrar destes ciclos infinitos e doloridos é o componente mais importante do hinduísmo.



A condição humana



As escrituras sagradas do hinduísmo – Upanishad e Bhagavad-Gita – apontam as raízes da condição humana na ignorância, no desejo, no egoísmo. De tudo isto, brota um agir – karma – cheio de egoísmos e de paixões que proíbem ou retardam a chegada ao Brahma e seu aniquilamento nela. “A árvore do desejo nasce no coração da confusão mental; a ignorância é a sua raiz, a ira e o orgulho são o tronco e o fruto provém das ações realizadas nas vidas passadas”.




A condição humana




As escrituras sagradas do hinduísmo – Upanishad e Bhagavad-Gita – apontam as raízes da condição humana na ignorância, no desejo, no egoísmo. De tudo isto, brota um agir – karma – cheio de egoísmos e de paixões que proíbem ou retardam a chegada ao Brahma e seu aniquilamento nela. “A árvore do desejo nasce no coração da confusão mental; a ignorância é a sua raiz, a ira e o orgulho são o tronco e o fruto provém das ações realizadas nas vidas passadas”.





Indra, o rei dos deuses

A solução, portanto, estaria na renúncia radical de todos os desejos que levam a essas ações más. “O homem, que está dominado pelas paixões, – diz o livro da Upanishad – por causa das ações, pode alcançar a finalidade de sua mente. Quando esgotou o efeito das obras que fez aqui, do outro mundo volta a esta terra para continuar a agir. Isso para quem é dominado pelos desejos. Mas, para quem está livre de desejos, quem já apagou seus desejos... ele já é brahma e se reúne com Brahma”.



Isso explica por que os cadáveres dos sadus, que já conseguiram chegar a esse estado de libertação, não são cremados, mas simplesmente abandonados às águas do rio Ganges e de outros rios sagrados. O invólucro dos seus corpos não é mais necessário, porque já se auto-identificaram com a realidade profunda de Brahma que é o termo final da salvação: “Quando todos os desejos do coração foram anulados, então o mortal se torna imortal e goza no Brahma.



Como a serpente que perde a pele morta, assim este corpo; permanece, porém, o espírito incorpóreo, imortal, puro Brahma, pura luz...”. Tornar-se Brahma significa tornar-se um ser puro e atingir a suprema felicidade de perder-se na divindade. Esse encontro com Brahma tem diferentes interpretações, conforme os mestres hindus: para alguns é chegar aos pés do Brahma, para outros a salvação é comparada ao amor dos esposos, para outros ainda é um aniquilamento na divindade.



Aliás, para alguns místicos, isso deveria acontecer já durante a vida e a interpretação dessa chegada final é o que diferencia os grandes caminhos místicos do hinduísmo: o do conhecimento, o das obras e o da dedicação amorosa. “Qualquer coisa que vocês façam – comer, sacrificar, dar uma esmola – ou qualquer sofrimento aceito, ofereçam tudo a mim... Trabalhem para mim, me amem lealmente, abandonem qualquer outro afeto, não cultivem ódio, porque todos os que assim agem, chegarão até mim” diz Krishna. Importante para a salvação, portanto, é não ter ou cultivar o egoísmo.



Os mediadores e os meios da salvação



Além do esforço pessoal e da ajuda divina, o hindu que busca a salvação pode contar com outros meios e mediadores como o avatar, o guru e o mantra. O avatar é a encarnação da realidade última – divindade – que se manifesta em forma humana, mas pode aparecer também sob a forma de outros seres, como nos animais sagrados, e desce à terra, quando há algum desvio ético, como está escrito na Bhagavad-Gita: “Eu sou imutável não gerado... Todavia, pela minha energia criativa, me associo à natureza que é minha e venho existir no tempo...



Todas as vezes que a lei da justiça é instável e triunfa a ilegalidade, então eu me encarno aqui na terra”. O guru é um componente importante na via da salvação, é o guia indispensável de quem procura encurtar os ciclos cósmicos. Verdadeiro mestre de espiritualidade com autoridade absoluta para seus seguidores, é o guru que escolhe para o seu discípulo a divindade a ser venerada, a meditação a ser feita, a invocação ou mantra, fórmula sagrada, cuja meditação e repetição freqüente facilita o encontro com o divino e com a salvação.



Ele pode receber, ainda em vida, honrarias e apelativos divinos de seus discípulos. O mantra, instrumento indispensável no caminho da salvação, é a repetição e a meditação de frases místicas que interligam profundamente o humano ao divino. O hinduísmo insiste também na importância da vida moral ensinada pelos mestres espirituais. Os pontos mais importantes dessa moral hindu podem ser resumidos em: domínio de si mesmo, compaixão pelos outros, pessoas ou animais, e a esmola.



No Bhramasutra, encontram-se outros conselhos, como a renúncia das coisas não reais deste mundo, uma nítida separação intelectual entre o eterno e o humano transitório, a prática das virtudes e o desejo intenso da salvação.



Ashram e devoção popular



Os preceitos da salvação são praticados, sobretudo, entre as classes religiosamente mais preparadas e no ashram, centro de espiritualidade que se forma ao redor de um guru. Às vezes, esses princípios são polêmicos, privilegiando a espiritualidade dos gurus e de seus discípulos. O povo, longe das discussões místicas, procura sua salvação nos templos, nos rios sagrados, nas romarias aos santuários das divindades mais populares, com orações, votos, na purificação das culpas, por meio de autopunições e penitências, numa mistura de ingenuidade e espontaneidade, criando práticas espirituais pessoais que desembocam numa magia de cores que são as da Índia.

O objetivo dos peregrinos hindus é o banho na confluência do rio Ganges e Yamuna: para eles, isso lava as culpas das pessoas, compensando até uma vida inteira de comportamentos pecaminosos e oferece a chance de uma existência mais nobre e em melhores condições na próxima reencarnação. É verdade que, todos os dias do ano, chegam peregrinos para se banharem nas águas dos rios sagrados e que para muitos, em qualquer dia, se consegue a purificação desejada.




Contudo, segundo alguns hindus ortodoxos, fazer isso no tempo do Kumbh Mela e no dia da lua nova, dá maior garantia de ter suas culpas lavadas e até pode garantir a salvação total, isto é, a liberdade de novas reencarnações depois da morte. Kumbh Mela é a maior das peregrinações indianas e a maior reunião de pessoas que uma confissão religiosa jamais conseguiu realizar no mundo inteiro. Milhões de peregrinos de todos os rincões da Índia e até do exterior, falando diferentes línguas, dos mais variados costumes e culturas, encontram-se para o santo mergulho nos rios sagrados.



RIO GANGES!!!





Situada às margens do rio Ganges, Varanasi é considerada por muitos fieis a cidade mais sagrada do hinduísmo. O Ganga é mencionado no Rigveda, a mais antiga das escrituras hindus. Consta do Nadistuti sukta (10.75), onde estão listados os rios de leste a oeste. É um costume local espalhar as cinzas dos entes queridos que foram cremados no rio.




De acordo com a religião hindu um rei muito famoso, Bhagiratha, praticou por muitos anos, a tapasya, para trazer à Terra Ganga de sua residência nos Céus, para que encontrasse a salvação de seus ancestrais, amaldiçoados por um profeta. Ganga se convence e, através de uma trança de cabelo (Jata) do deus Shiva, desce à Terra para lavar os pecados dos humanos e torná-la pia e fértil. Para os hindus da Índia, o Ganges não é apenas um rio, mas também uma divindade materna, um conjunto de tradições, e muito mais.



Alguns hindus acreditam que uma vida não é completa sem um mergulho no Ganges pelo menos uma vez na vida. Muitas famílias hindus conservam um frasco com água do rio em suas casas, hábito que é considerado prestigioso, para que pessoas à beira da morte possam beber de sua água; muitos hindus acreditam que o Ganges pode limpar uma pessoa de todos os seus pecados, e poderia até mesmo curar a doença. As escrituras antigas mencionam que a água do Ganges porta as bençãos dos pés do Senhor Vishnu; assim, a Mãe Ganges também é conhecida como Vishnupadi, que significa "pés de Vishnu".



Algumas das congregações religiosas e festivais hindus mais importantes acontecem em torno do rio. Estes eventos, como o Kumbh Mela, realizado a cada doze anos em Allahabad, são realizados às margens do rio. Varanasi tem centenas de templos situados à beira do Ganges, que frequentemente são alagados durante as estações chuvosas. A cidade, além de ponto importante de peregrinação para hindus de todos os locais, também é um tradicionalmente associada à prática da cremação.

Poluição


A poluição do Ganges tem afetado as 400 milhões de pessoas que vivem próximas de suas águas[1].



Desde a última década de 90 e especialmente nos últimos anos, as condições da água do rio e afluentes têm ficado abaixo das consideradas aceitáveis pela OMS, já que o despejo irregular de esgoto tem aumentado, inclusive a partir de um hospital que atende tuberculosos. Em trecho do rio localizado em Varanasi, o mais sagrado do país, o nível de bactérias excede em 3 mil vezes o permitido. Outro problema é o ritual da cremação dos mortos em sua orla. Dependendo da casta e da situação econômica da família, muitas vezes os corpos não são cremados corretamente e/ou jogados inteiros no rio, contaminando-o. O afluente Yamuna, cuja vida aquática desapareceu, teria recebido US$ 500 milhões em ações de despoluição nos últimos dez anos, segundo o Conselho de Controle de Poluição de Nova Délhi[2].



Entretanto, o rio oferece aos moradores de sua região suprimento de comida e água fresca. Muitas criaturas nativas, incluindo o crocodilo gavial, vivem às suas margens

História




A confluência Triveni, entre os rios Ganges e Yamuna, em Allahabad, Uttar Pradesh.

Trecho final do Ganges; na Barragem de Farakka, um canal estreito se alarga e é desviado para Calcutá, na forma do rio Bhagirathi-Hoogly.Durante o início das Eras Védicas, os rios Indo e Sarasvati eram os principais rios da região; os três Vedas posteriores, no entanto, parecem dar mais importância ao Ganges, gradualmente mais citado nas obras.



Talvez o primeiro ocidental a mencionar o Ganges tenha sido Megástenes, por diversas vezes no decorrer de sua obra, Indika: "A Índia (...) possui muitos rios grandes e navegáveis que, depois de nascerem nas montanhas que se estendem ao longo da fronteira setentrional, atravessam a terra plana; muitos destes, após unirem-se uns aos outros, acabam desaguando no rio chamado Ganges. Este rio, que na sua nascente tem 30 estádios de largura, flui no sentido norte-sul, e deságua no oceano que forma a fronteira leste do Gangaridai, uma nação que possui uma tropa numerosa dos mais enormes elefantes."[3]



Uma representação ocidental do rio pode ser vista na Piazza Navona, de Roma, onde uma escultura célebre - a Fontana dei Quattro Fiumi, "Fonte dos Quatro Rios", de autoria de Gian Lorenzo Bernini, em 1651, simboliza os quatro grandes rios do mundo (o Ganges, o Nilo, o Danúbio e o Rio da Prata).

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